terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Propriedade Intelectual

ARTIGOS DE OPINIÃO
Propriedade Intelectual

Marli Elizabeth Ritter dos Santos é diretora do Escritório de Interação e Transferência de Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No dia 13 de julho, foi a principal palestrante da mesa redonda intitulada "O Paradoxo do Sigilo no Universo Acadêmico: Defesa de Tese Aberta versus Fechada, Proteção versus Publicação e a Relação de Confidencialidade na Parceria com as Empresas", que ocorreu no Rio de Janeiro durante o sétimo encontro da Rede de Propriedade Intelectual, Cooperação, Negociação e Comercialização da Tecnologia. A Repict, uma das redes temáticas da Rede de Tecnologia do Estado do Rio (www.redetec.org.br), reúne especialistas em propriedade intelectual. O texto que publicamos resulta da transcrição da provocadora apresentação de Marli Elizabeth, que toca em temas atuais para a universidade brasileira, cada vez mais chamada pela sociedade a se integrar ao esforço de desenvolvimento econômico do País. Além de publicar a transcrição - gentilmente cedida pelos organizadores do VII Encontro da Repict -, Inovação Unicamp também oferece à atenção dos leitores artigo publicado na revista Science em que se debatem os impactos do Bayh-Dole Act sobre as universidades norte-americanas.
O Bayh-Dole Act é um marco de referência.
No debate sobre o sigilo no universo acadêmico, o Bayh-Dole Act norte-americano (editado em 1980) se tornou um marco de referência, por tratar da transferência de tecnologia e da propriedade intelectual nas universidades. O grande avanço do Bayh-Dole Act foi permitir à universidade reter os direitos de propriedade intelectual sobre o resultado de pesquisas desenvolvidas com recursos federais. Até ali, era o governo federal o proprietário dos resultados advindos dessas pesquisas; houve então a percepção de que, dessa maneira, o conhecimento gerado não estava sendo adequadamente transferido para o setor empresarial, não se transformava num produto comercializável - o que impedia a sociedade americana de ter acesso a esse benefício. Uma ampla discussão foi iniciada no sentido de reverter essa situação. O Bayh-Dole Act deu o direito às universidades de reter os direitos de propriedade intelectual sobre a pesquisa; também descentralizou decisões e propiciou uma maior disseminação do conhecimento e sua transferência para o setor empresarial. O Bayh-Dole Act incentivou fortemente a colaboração entre universidades e empresas, reconhecendo a força da comunidade acadêmica na produção do conhecimento e a força da indústria na transformação desse conhecimento em um produto comercial. Nesse contexto, a lei estabelece como premissa fundamental o dever de proteger antes de publicar - mantém o sigilo. Outro aspecto do Bayh-Dole Act é tornar obrigação legal das universidades a comercialização da tecnologia do resultado de pesquisa. Para poderem reter o direito de propriedade intelectual, as universidades norte-americanas assumem o compromisso com a comercialização desses resultados. Esses são apenas alguns dos aspectos da lei, que vem sendo modificada para superar falhas. Da mesma maneira, a nossa Lei de Inovação pode ser vista como um primeiro passo, no sentido de podermos aperfeiçoá-la à medida em que a operacionalização dos procedimentos nos mostre o que precisará ser aperfeiçoado. O modelo que o Bayh-Dole Act estabeleceu vem sendo seguido por vários outros paises, como China, França, Coréia, Alemanha, implementando normas no sentido de como regulamentar a propriedade intelectual e a transferência de tecnologia nas instituições de pesquisa.
A maior exploração dos temas de propriedade intelectual causou mudanças no universo acadêmico? Sim. Em primeiro lugar, chamou a atenção para a questão do direito da propriedade intelectual. Como acontecia a relação universidade-empresa, até bem pouco tempo atrás? Do lado acadêmico, a preocupação com o direito da propriedade intelectual praticamente inexistia. De um modo geral, as empresas ficavam com a patente, porque esta não era uma preocupação da universidade. Mais recentemente, a questão se incorporou à rotina universitária, e passou a ser um ponto importante de discussão e de negociação dos projetos cooperativos realizados com empresas - o que mostra já uma mudança. A lei norte-americana trata também do licenciamento de tecnologias e patentes - esta sim, uma variável nova, que introduziu uma variável de negócio no ambiente acadêmico e efetivamente trouxe consigo necessidade de mudanças em procedimentos, e a introdução de novos valores na rotina acadêmica. Com a intensificação do patenteamento, uma nova dinâmica passou a ser incorporada na própria prática da pesquisa. Até bem pouco tempo atrás, os nossos pesquisadores (e ainda hoje um grande número deles) não consultavam bases de patentes para estabelecer os seus projetos de pesquisa; com a preocupação de proteger os resultados, essa prática deve ser incorporada efetivamente para que se possa aferir melhor a novidade daquilo que vem sendo produzido na universidade. Um outro aspecto, bastante interessante, que está sendo introduzido pela Lei de Inovação, é a questão do compartilhamento dos ganhos econômicos com os pesquisadores. Eu diria até que o decreto 2.553, de 1998, já introduziu a possibilidade na nossa legislação; ele induziu as universidades a organizarem algum organismo dentro de sua estrutura para poder usufruir desses benefícios e concedê-los a seus pesquisadores. No conjunto dessas ações, apareceu a questão do sigilo e dos acordos de confidencialidade.
Diante desse novo contexto, o primeiro impasse que o pesquisador vive é: publicar ou proteger? No ambiente acadêmico, sempre houve a primazia da publicação sobre o patenteamento. Historicamente, a publicação tem sido a forma pela qual a instituição acadêmica avalia o prestígio do pesquisador, seu mérito acadêmico. A publicação é essa medida. Patente nunca foi considerada um produto acadêmico; como tal, não trazia o mesmo reconhecimento de mérito do pesquisador. Esse é o primeiro ponto: sempre houve uma primazia da publicação. Mas em função das mudanças na nossa legislação e da introdução dessas novas variáveis na rotina acadêmica, já existe um grande movimento no sentido de avaliar a patente como um produto acadêmico. Alguns comitês assessores dos órgãos de avaliação, da Capes e do CNPq já têm considerado patentes como resultados acadêmicos. Nem sempre o peso dado à patente, no entanto, é coerente com o esforço desenvolvido pelo pesquisador para depositar e para conseguir a patente. Muitos comitês têm adotado o critério de dar a uma patente depositada, o mesmo peso de uma publicação indexada em periódico internacional - o que nem sempre é justo. Também não existe um conhecimento disseminado e um reconhecimento da importância estratégica de uma patente para universidade como patrimônio institucional - o que decorre de uma falta de conhecimento. É preciso um grande esforço de disseminação e de sensibilização da comunidade universitária em relação a esse tema.
Outra questão que os pesquisadores se colocam é por que precisam proteger antes de publicar, se existe na legislação brasileira o chamado "período de graça", que permite ao pesquisador proteger a sua invenção por um período de até doze meses. O "período de graça" só existe na nossa legislação e em mais dois ou três países. Por isso, o "período de graça" pode ser uma armadilha, um risco muito grande para tecnologias novas, que possam vir a ser comercializadas em países em que não se aceite o "período de graça" - isso invalidaria a patente. O melhor procedimento é: primeiro proteger, e depois publicar. É possível fazer isso; no entanto, não basta apenas uma política escrita, ou um escritório de transferência de tecnologia, um núcleo de propriedade intelectual, implementar e difundir o procedimento, se essa política não se inserir nos princípios das políticas institucionais de pesquisas e nas políticas governamentais. A inserção dessa diretriz é fundamental para respaldar a ação dos gestores de propriedade intelectual, sem o quê efetivamente não surtirá os efeitos buscados.
Em uma instituição que sempre teve a disseminação do conhecimento como um de seus objetivos falar em sigilo é considerado, por muitos, como privatização do conhecimento. Essa questão se reflete muito nas práticas de pós-graduação. Quando o coordenador de uma pós-graduação está diante de uma tese ou uma dissertação com alto conteúdo tecnológico - que poderia ser protegido -, há sempre um impasse. Como ele poderá proteger esse conhecimento se as normas de pós-graduação estabelecem que um dos requisitos para obtenção de um título é a realização de uma defesa pública? Algumas instituições têm se perguntado sobre fazer a defesa de forma fechada, o que tem causado conflitos - porque fere os princípios. A alternativa que tem surgido é fazer a defesa pública da tese, mas tomar o cuidado de proteger antes. Mesmo assim, é preciso tomar alguns cuidados - um deles, solicitar que a banca assine um termo de confidencialidade para que esteja ciente de que aquele é um conteúdo altamente confidencial e protegido; durante a própria defesa pública, dados importantes não poderiam ser revelados. Finalmente, depois de concedido o título deve haver algum dispositivo que impeça o acesso de terceiros à tese depositada na biblioteca.
Outro aspecto correlato diz respeito à evasão de conhecimento. Nossos estudantes que vão se pós-graduar em universidades estrangeiras assinam um termo de compromisso renunciando à propriedade do conhecimento que ele gerar em favor da instituição. Parte dessas teses, principalmente na área de fármacos, é sobre plantas que usam a nossa biodiversidade. Esse conhecimento fica protegido no exterior e provoca uma evasão de conhecimento.
Finalmente, há a questão da confidencialidade nas parcerias das universidades com empresas privadas. As universidades preferem publicar em cumprimento do compromisso de sua missão disseminadora de conhecimento. As empresas, por sua vez, desejam limitar as publicações para proteger sua posição competitiva. Como conciliar essas duas formas tão diferentes de encarar o sigilo e a confidencialidade? A universidade, para poder contribuir com a empresa no desenvolvimento de um projeto cooperativo, precisa assegurar a ela um compromisso com o sigilo nas questões fundamentais para o parceiro empresarial. Muitas vezes é necessário que toda a equipe trabalhando no projeto assine termos de confidencialidade. Mas para a universidade justificar sua ação naquele projeto de pesquisa, é preciso assegurar que o conhecimento genérico desenvolvido no decorrer desse projeto possa ser utilizado para fins de ensino e pesquisa. Uma possível solução é a universidade negociar o compromisso de dar à empresa o direito de revisar o artigo, ou retardar sua publicação por um período, até que seja analisado e eventualmente depositada uma patente de interesse da empresa.
Os gestores de propriedade intelectual e transferência de tecnologia têm enfrentado esses problemas no dia a dia de suas atividades. É preciso debater e encontrar caminhos.
Nota do Managing Editor: Este texto foi publicado anteriormente pelo Boletim Unicamp Inovação (http://www.inovacao.unicamp.br), edição de 05 de agosto de 2004. O artigo publicado na revista Science, no qual são debatidos os impactos do Bayh-Dole Act sobre as universidades norte-americanas, pode ser acessado em:http://www.inovacao.unicamp.br/report/inte-science.shtml

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Folha.com - Hélio Schwartsman - Mais rápido que a luz - 06/10/2011

hélio schwartsman

06/10/2011- 07h00

Mais rápido que a luz

No que pode ser a mais importante notícia científica das últimas décadas, pesquisadores do Laboratório Nacional Gran Sasso, na Itália, anunciaram ter flagrado partículas subatômicas com massa viajando em velocidades superiores à da luz.



No experimento Opera, cientistas lançaram neutrinos (partículas elementares cuja massa é muito pequena, mas maior do que zero) do Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear), que fica na fronteira entre a Suíça e a França, rumo ao laboratório italiano, percorrendo uma distância de 730 km por túneis subterrâneos.



De acordo com a equipe do físico Antonio Ereditato, as partículas concluíram sua jornada 60 nanossegundos (bilionésimos de segundo) antes do que deveriam caso a velocidade da luz tivesse sido respeitada. ªFicamos chocadosº, declarou Ereditato à revista "Nature".



Não foram só eles. Cientistas de todo o mundo receberam a notícia com descrédito. Pelo menos por ora, preferem atribuir os resultados a algum erro no experimento. Têm bons motivos para isso. Pelo que pude constatar em artigos e blogs da comunidade de físicos, a maioria, aqui incluídos os próprios autores do trabalho, acha mais prudente esperar que esses resultados sejam reproduzidos por outros grupos antes de considerá-los válidos. Dois laboratórios, o Fermilab nos EUA e um outro no Japão, têm capacidade de reproduzir alguma versão do experimento. Isso, entretanto, exigirá tempo. Fala-se em algo como um ano.



Se os resultados da equipe italiana são corretos, boa parte da física produzida no século 20 precisa ser revista. Uma vítima potencial é a teoria da relatividade especial do físico alemão Albert Einstein (1879-1955) --a do famoso E=mc2--, que postula que partículas com massa não podem ser aceleradas para viajar mais rápido do que a luz (os fótons, as partículas de que a luz é feita, ao contrário dos neutrinos, não têm massa). As implicações não têm nada de trivial. Se a velocidade da luz pode ser violada por um neutrino, a forma como o Universo processa informações fica bagunçada. Torna-se em princípio possível que efeitos precedam suas causas, o que literalmente vira o Universo de pernas para o ar. Para os que gostam de enfatizar o lado prático, abrir uma agência de viagens no tempo começa a parecer uma boa oportunidade de negócios.



Em termos mais convenientemente acadêmicos, o próprio impacto da descoberta, se confirmada, vale frisar, ainda não está claro. Victor Stenger, por exemplo, sustenta que os axiomas básicos da relatividade especial e suas equações não saem arranhados. Bastaria, segundo o autor de "The Fallacy of Fine-Tuning", retirar da teoria o princípio da causalidade (a noção, secundária na teoria, de que causas vêm antes de efeitos) que tudo fica bem.



Já Brian Greene, da Universidade Columbia, vê implicações mais profundas. Para ele, a confirmação do neutrino superluminal nos forçaria a rever nossas ideias básicas sobre como o Universo funciona. Stephen Perke, chefe da física teórica do Fermilab, antecipa uma possível solução para o problema: os neutrinos tomaram um atalho por outras dimensões espaciais, o que lhes permitiu viajar mais rápido que a luz.



É aqui que as coisas começam a ficar interessantes. Deixo para os físicos a discussão sobre o que pode estar ocorrendo, se é que há de fato algo ocorrendo, e me concentro num tópico de filosofia da ciência, que é, como veremos mais adiante, o debate entre realistas e instrumentalistas.



Quando Perke recorre a dimensões extras para explicar a possível anomalia, ele está oferecendo uma solução matemática. Isso é não apenas esperado como também necessário. A imbricação entre física e matemática é total, entre outras razões porque nós só conhecemos aquilo que podemos medir, para roubar o bordão de Marcelo Gleiser em ªCriação Imperfeitaº, sobre o qual já escrevi uma resenha.



Ocorre que não são poucos os que acusam a física contemporânea, em especial a física de partículas e os teóricos das supercordas, de estar criando um universo de abstrações matemáticas que não têm como ser testadas no atual estado da nossa tecnologia (o que não seria um pecado muito grave) e nem em princípio (o que garante a danação eterna para um físico). De acordo com esses críticos, esses ramos da física estariam se aproximando perigosamente da metafísica e das religiões.



Que algumas teorias se tenham tornado altamente abstratas e radicalmente inverossímeis é indiscutível. No excelente "The Hidden Reality: Parallel Universes and the Deep Laws of the Cosmos", Brian Greene descreve (e de uma maneira quase compreensível) nada menos do que nove versões de multiverso, isto é, da ideia, para muitos extravagante, de que existem realidades paralelas. De acordo com alguns desses modelos, há mundos em que diferentes versões de você estão neste exato momento lendo esta mesma coluna; em outros, o seu eu paralelo está lendo a coluna, mas ela não trata de física e sim de filologia gótica. O número de realidades paralelas pode ser infinito, ou pelo menos absurdamente grande (maior do que o total de átomos no ªnosso Universoº), abarcando todas as histórias possíveis, isto é, todas as possibilidades concebíveis que não violem as leis da física.



Em outros modelos, universos paralelos brotariam como bolhas de sabão, resultado de flutuações quânticas submetidas a uma expansão ultrarrápida conhecida como inflação cósmica. Combinações desses diferentes nove tipos não estão descartadas. Algumas das propostas são tão complicadas que até as religiões parecem mais lógicas. Mas, ao contrário das fés, esses modelos estão calcados em sólida matemática e nenhum deles sugere que faça sentido rezar para realidades paralelas. Se há uma característica notável nos universos alternativos é que eles interagem muito fracamente com o nosso, quando e se de fato o fazem.



A questão que fica é: dá para acreditar nessas coisas? É aqui que entra a polêmica entre realistas e instrumentalistas. Para os primeiros, que incluem autores consagrados como Greene e o israelense David Deutsch, a resposta é sim. Universos paralelos existem e devemos acreditar neles porque é aonde as equações nos levam. Mais do que isso, já contamos com algumas evidências empíricas, como o fenômeno da interferência quântica. Com o tempo, afirmam, mais provas deverão acumular-se e provavelmente um dia teremos explicações completas que tornem essas realidades menos contra-intuitivas.



Em favor de seu caso, lembram que não havia ideia mais estranha do que a de que a Terra se move em altíssima velocidade em torno de seu próprio eixo e também do Sol. Afinal, o que vemos é o Sol cruzando os céus e não sentimos estar em movimento. Foi a matemática de Copérnico e Galileu que nos levou ao paradigma heliocêntrico, que hoje não recebe contestação.



Para os realistas, ainda que aos trancos e barrancos e sujeitos a erros, o que a matemática revela é real e os modelos científicos descrevem o mundo, o tecido de que é feito o Cosmo. A eles opõem-se os instrumentalistas, para os quais a realidade é, no fundo, incognoscível. Tudo o que a ciência pode nos oferecer são previsões corretas e é a elas que devemos nos ater. Uma teoria é tão boa quanto as previsões corretas que ela consegue fazer. Vale lembrar que a própria matemática, na qual a física se funda, é bem menos consistente do que gostamos de imaginar, como o demonstrou Kurt Gödel com seus teoremas da incompletude. A decorrência é que a própria lógica repousa sobre uma série de pressupostos filosóficos que não temos como justificar.



É um debate apaixonante no qual, pelo menos por hora, me abstenho de tomar posição. E ele ganha especial relevância numa situação em que uma ideia fundamental da física moderna pode ter sido contradita por um experimento. Se o neutrino apressadinho for de fato confirmado, os próximos meses e anos deverão ser epistemologicamente emocionantes.




Hélio Schwartsman
Hélio Schwartsman, 44, é articulista da Folha. Bacharel em Filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha.com às quintas-feiras.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Tributo ao Google.



Quem me conhece sabe que sou um evangelizador do google. E só não sou de carteirinha porque não sou funcionário de lá, e nem tenho intenção de ser. Quem me conhece sabe que meu negócio eh a Academia.

Mas eu tiro o chapéu para o google sim. Por quê? Ora seus ingratos, veja como era nossas vidas antes do google. Tínhamos computadores, o Windows, o Office, muitos dados... disquetes e cds (caros na época) e de repente veio a internet ... e muita gente achava que era apenas uma febre passageira, uma curiosidade.

E a internet era chata mesmo. As pessoas tinham websites, haviam hospedagens gratuitas (lycos, fortunecity, yahoo, cjb, netfirms... e outros que injustamente esqueci)  e... claro, emails. Mas era uma fronteira desconhecida, como um deserto se comparado com hoje.

O interessante eh que conseguíamos viver bem, num ritmo bem mais calmo que o atual. Pouca gente tinha celular (que só servia pra falar) e dispositivos moveis ainda era ficção científica. Ok mas se a vida estava tranquila, havia a necessidade de organizar uma tremenda gama de conhecimento cada vez mais crescente, devido a informatização da sociedade. O processo foi natural, a vida ficou mais agitada, mas vamos levando conforme a dança.

Tá, mais e daí... o que aconteceu? A Microsoft simplesmente ignorou a internet. A Apple estava interessada numa nova mídia chamada mp3. Mas veio o Yahoo e foi bom. Sabe o que acontece no capitalismo? As empresas visam o lucro acima de tudo. Elas precisam vender, vender... acima de tudo, vender. E quando o lucro se torna conseqüência, e não o objetivo?

Esse novo paradigma foi iniciado por um site de busca chamado GOOGLE. O google passou os outros devido a um motor de busca revolucionário, quase humano. E assim começou a indexação da informação do mundo. Mas tínhamos o Yahoo e outros. Então por que o google? Porque o google não parou ... eles viram que podiam fazer mais, e nos trouxe o gmail, com inicialmente 2 gigas de armazenamento (ao invés de parcos meguinhas de nossos servidores de email). Depois veio o google earth. Podíamos ver o mundo todo literalmente, pela primeira vez em detalhes, e de graça. Ai vieram outros melhoramentos na busca, como o google acadêmico, google livros, noticias... Eles compraram o Youtube e deram a infraestrutura necessária para ser o que eh hoje. Nos deram também o google docs, uma opção gratuita e online da suite office, e ainda desenvolveram o Chrome, um navegador absurdamente rápido e com os plugins necessários para entrar na internet sem engasgos. E quanto a mobilidade, desenvolveram o android, sistema operacional para celulares, o qual está permitindo fazer essa postagem através de um telefone.

Fora isso, há outras iniciativas menos conhecidas, como o sistema de alerta a catástrofes e de ajuda imediata, o veículo auto conduzido, as campanhas de eficiência energética e outras. Aí as outras foram atrás, mas sem o mesmo espírito inovador. Igual ao que o google fez, apenas a apple com seus gadgets da moda.

Agora há um novo paradigma: a web social. Chama-se hoje de web 2.0 com toda propriedade. Não eh mais a busca importante mas as relações interpessoais. Assim como o Yahoo era líder nas buscas, hoje o Facebook toma frente nas sociais. Mas como na época da web 1.0, as redes de relacionamentos são uma bagunça sem muito propósito. O google novamente tenta por ordem no caos com o google+ e colocando uma camada social nos seus produtos. E por isso mesmo, espero que a produtividade supere a perda de tempo e o ócio. Os ingratos da mídia continuam a esnobar o google, o qual usam e dependem tanto, pra colocar o Facebook no altar. O site eh bom, mas não eh a solução dos nossos problemas (talvez os afetivos, quem sabe...) . E o Facebook não está tomando nenhuma iniciativa para melhorar as nossas vidas, pelo contrário, estamos perdendo mais tempo com as "inovações" que tentam nos manter mais tempo na sua homepage. Como ja foi dito antes. Ao acordamos um dia e não houver mais Facebook, bola pra frente. A vida continua. Mas se um dia o google sumir, então corramos para os abrigos subterrâneos, pois o fim do mundo não tardará a chegar.


domingo, 21 de agosto de 2011

Ainda sobre o império dos idiotas.

O nosso organismo tem uma fisiologia básica. Se estamos com fome, sentimos o incomodo dela em nossos corpos. Chega a tal ponto que fazemos de tudo para satisfazer nossa vontade. O mesmo não acontece se temos ignorância !!! Não existe a necessidade fisiológica de conhecimento. Imagina se ignorância matasse?

Meu problema é o humor. E hoje minha paciência estava bastante limitada. Vamos a um exemplo prático que ignorância eh um grande prejuízo para toda a sociedade. Os engenheiros dimensionam o mundo por um fator de 3 ou 4 vezes maior que o calculado. Não estou falando de um acréscimo de 25%, mas de 400%!!!
Eles chamam isso de "margem de segurança". O que poucos sabem eh que está incluído nessa margem, o fator "alguém vai fazer uma merd@!". Isso eh dinheiro pagando pela nossa burrice.

E quem nunca ficou travado na fila do caixa eletrônico? Você só vai sacar
... mas alguém na sua frente ira pagar todas as contas, fazer transferência, verificar extrato... te queimando 20 a 30 minutos de sua paciência, por algo que você não iria levar mais de 45 segundos. Olha, digo por experiência própria. Ja fiz transações eletrônicas em celular comum (não tô falando de smartphones) que instalam java, e são 2G. Quem tem conta em banco e acessa caixa eletrônico tem com certeza um celular assim.

E por que então as pessoas não fazem transação pelo telefone? Pura ignorância. Ou por acha que eh inseguro (como se você estivesse mais protegido na agência), ou por não conseguir usar o celular para tal fim. Seja como for, esses são exemplos banais, mas que somados entravam a todos nós.

Então, por que não temos "fome" de conhecimento. Por que são poucos que querem aprender? Por que a educação deve ser forçada, obrigada? Podíamos ter necessidade fisiológica de saber. Será que poderíamos criar um vírus, uma doença que nos debilitasse se não estudássemos?

domingo, 17 de abril de 2011

Carta Aberta à sociedade dos idiotas.

Todos nós temos dia em que estamos indignados com tudo. Nesses momentos, refletimos sobre todos os aspectos to cotidiano.

Fiquei com remorso em dar descarga, lavar vasilha, molhar a grama, com a preciosa água. Afinal o mundo eh coberto por 2/3 de agua né? Então pra que se importar? E o aquecimento global? Bobagem... eu tenho todo o conforto do mundo... nem percebo esse calorzão.

Não se sinta culpado por ser idiota. Afinal todos somos. Eu me incluo nessa massa. Mas tem dias que eu me revolto com essa situação.

Vamos olhar duas grandes fontes de fabricação de idiotices: a televisão e a internet. No Brasil ja não tínhamos muita saída. Mas agora até o programa Roda Vida, que tem um dos menores índices de audiência da tv brasileira (o que eh um sinal de bom gosto), mudou seu formato e agora eh conduzido pela atriz que se diz jornalista, Marília Gabriela. Então eh isso e ponto final. A maré da idiotice derrubou mais um baluarte. Ok, mas até a consagrada BBC também está nessa "onda". O premiadíssimo Discovery Channel está com uma programação lastimável, típico pinga-sangue! E na onda seguem o National Geographic e o History. O que antes era só o trabalho de trocar de canal, eh hoje um processo de garimpagem.

Fui recentemente ao cinema e vi quase consecutivamente dois filmes: Batalha de Los Angeles e Sucker Punch. Gosto não se discute, mas ofender a inteligência em detrimento da pura diversão descompromissada, eh outra coisa. O primeiro filme se comprometeu em mostrar uma perspectiva de uma invasão alienígena por parte dos militares. Uma ótica interessante, mas ridiculamente abordado num filme que quis ser sério. Não vou contar os detalhes da película, mas se colocassem o Steven Seagal ou o Van Daime como protagonista, saberia o que esperar e ficaria até descontraído. Mas muitos espectadores gostaram e se divertiram. Recomendaram e reviram o filme, que cumpriu seu objetivo: ser um blockbuster.

Já o segundo, no meu humilde ponto de vista, eh uma obra de arte pop do Zack Snyder. Mas no meio do filme, uma audiência de jovens começou a abandonar a sala... triste.... pois o filme exige que o espectador PENSE. Acho que eh pedir demais.

A internet nasceu nas mãos de sumidades, e eh hoje o próprio mar da ignorância. Eh como papel pega moscas. A informação está nela, logo os apedeutas vem na fonte. Se esses incautos tivessem tido estrutura intelectual para assimilar a informação, seria perfeito, pois teríamos uma resenha de ideias, maceradas como vinho, curtido no tempo em barris de carvalho. Na verdade temos reproduções de conteúdo pseudo-intelectual, que piora a cada cópia como uma xerox da xerox da xerox. No final a informação se degrada com num efeito entrópico. Aqui lanço defesa em prol do Google. Poderiam eles até serem os culpados dessa situação, mas entendo eu que a nobre missão do Google eh a indexação de toda a informação do planeta. Será que no fundo, o google não vise apenas o banal dinheiro e poder? Ou seriam aquela turma de Mountain Hill um bando de nerds hippies, se é que esse cruzamento possa existir? Essa empresa investe muito além da pesquisa na web. Há projetos para controlar os gastos com energia elétrica, e até a produção de veículos inteligentes. Se você compra um produto do Google, eles te dão autorização para literalmente fuçar neles sem perder a garantia. Que empresa te dá essa liberdade?

Hoje se fala muito de Facebook e ferramentas sociais. Além de ser um canal para oportunidades de negócios e até mesmo para levantes políticos, essas tais ferramentas são mais para perdermos nossos tempo com frivolidades. Mas mesmo assim gente que se diz formadores de opiniões dão uma hiper valorização ao papel do Facebook, dizendo que esse eh uma ameaça ao tipo de negócio do Google. Com certeza deve ser verdade, pois a sociedade dos idiotas precisa mais de uma ferramenta de procrastinação que uma de informação e pesquisa. Eu pergunto? Em que me faria falta o fim do Facebook? E para você?

Não vamos longe. A pesquisa cientifica no mundo todo virou um comércio. Posso ser leviano neste levantamento, mas com base no que sei do que leio nos diversos ramos acadêmicos, se somarmos toda a produção cientifica no mundo, creio que nem 2% realmente se prese a dizer que eh um trabalho sério, de vanguarda e que contribui com o avanço científico. O resto é o óbvio e ululante, só trivialidades. A produção científica deu um salto gigantesco nos últimos 20 anos, mas a qualidade é tremendamente questionável.

Por fim, é fato, o mundo vai acabar. O motivo não são esses que estão na mídia. A culpa é de nós idiotas. Não vamos fazer nada para mudar, porque idiota não pensa e muito menos gosta de mudanças. Estamos prestes a sediar uma copa do mundo. Para tanto precisamos investir em infra estrutura. Nós palhaços sabemos que isso só será feito bem próximo do evento, para honerar ao máximo os custos das obras e superfaturar tudo, e no final ficar meia boca, remendado, como sempre. Todo mundo sabe disso, mas ninguém vai fazer nada.
Todo mundo sabe tambem que o Planeta está ameaçado, mas quem eh que faz a sua parte? Eu não faço, não tenho subsídios para isso. A gente tem que investir tempo e dinheiro para sermos energeticamente (e socialmente) mais eficientes. Eu só posso chilicar como peixe fora d'agua. Então eh isso pessoal. Somos nós e mais duas gerações pra frente, no máximo. Portanto vamos sentar, abrir uma garrafa de uma boa bebida, e apreciar, pois deverá ser um belo espetáculo.

Bom, hoje estou revoltado, mas amanhã já estarei de bom humor e voltarei a ser mais um idiota. Me sentirei mais normal.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Lista de Aplicativos do MB501

jorgehulk's Apps on the Motorola Cliq XT


Phone: Motorola Cliq XT
80 no total, 80 grátis (100%), 0 pagas (0%), 72MB total size, $0 total price




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domingo, 6 de março de 2011

Frase do dia...

http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Carl_Gustav_Jakob_Jacobi

“Seu pai nunca teria casado, e você não estaria aqui agora, se ele insistisse em conhecer todas as moças do mundo antes de casar-se com uma".

Carl Gustav Jakob Jacobi
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

How to Run Android Applications on Ubuntu - Softpedia

How to Run Android Applications on Ubuntu - Softpedia: "










How to Run Android Applications on Ubuntu


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June 25th, 2009, 18:04 GMT| By Marius Nestor














Android 1.5 Emulator on Ubuntu 9.10 Alpha 2

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When Google announced and released Android, back in October 2008, everyone knew that it would become the best operating system for mobile devices. Not only is Android open source, but it also comes with a Software Development Kit, which offers the necessary APIs and utilities for developers to easily build powerful applications for Android-powered mobile devices. The following tutorial was created especially for those of you who want to test the Android platform and install various applications, on the popular Ubuntu operating system. OK, so let's get started... shall we?

Grab the Android SDK from Softpedia and save the file on your home folder.

Editor's note: The tutorial was rewritten for the new Android 2.0 or later, which provides a graphical user interface to setup a virtual device and the SD card. This makes everything a lot easier. No more command-line madness!

Step 1 - Installing the requirements

Until the download is over, make sure that you have Java installed and the 32-bit libraries (for the x86_64 users ONLY). If you don't have Java (or the 32-bit libraries), go to System -> Administration -> Synaptic Package Manager...

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...search for openjdk and double-click on the openjdk-6-jre entry...

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...then, search for ia32-libs (ONLY if you are on a x86_64 machine), and double-click on the ia32-libs entry...

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Now, click the 'Apply' button to install the packages. Wait for the packages to be installed and close Synaptic when the process is finished.

Step 2 - Android Setup

When the Android SDK download is over, right-click on the file and choose the 'Extract Here...' option...

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Enter the extracted folder, then enter the tools folder and double click the android file. Click on the "Run" button when you will be asked what you want to do, and the Android SDK and AVD Manager interface will appear...

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Go to the "Settings" section and make sure you check the "Force https://..." box. Click the "Save & Apply" button....

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Now go to the 'Installed Packages' section and click the 'Update All' button. A window will appear with all the available updates. Click the 'Install Accepted' button...

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...and wait for the packages to be downloaded and installed. It will take a while if you have a slow bandwidth, so go see a movie or something until it finishes...

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Close the update window when it's done and you will see all the installed SDKs in the 'Installed Packages' section.

And now, let's create the virtual device. Go to the 'Virtual Device' section and click the 'New' button. In the new window do the following:

- put a name to the device;
- select a target (Android system);
- put the size for the SD Card;
- add the hardware you want have in the emulator.

It should look something like this...

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Click the 'Create AVD' button when you're done setting up the virtual device and wait for it to finish. It takes about 1 minute, and you'll be notified by a pop-up...

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Note: In the above setup, we've created a virtual device for Android 2.0.1 with a 2 GB SD card and the following hardware components: SD Card, GPS, Accelerometer, Track-ball and touch-screen.

Now click the 'Start' button, and the 'Launch' button from the next dialog, and the emulator will start...

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To make things a lot simpler let's create a desktop shortcut, so you won't have to open the terminal every time and type some command, in order to start the Android emulator. Therefore, right-click on your desktop and choose the 'Create Launcher...' option...

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In the Create Launcher window, type 'Android Emulator' (without quotes) in the Name field, and paste the below line in the Command field. Optionally, you can also put a nice icon if you click the icon button on the left...

/home/YOURUSERNAME/android-sdk-linux_86/tools/emulator @softpedia

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Note: Please replace YOURUSERNAME and the name of the Android Virtual Device (softpedia in our case) with your USERNAME and the name you gave to the virtual device. DO NOT REMOVE the @ sign.

Step 3 - Run applications in Android

All you have to do now is double-click that desktop shortcut you've just created. The Android emulator will start. Wait for the operating system to load...

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When the Android operating system has loaded, you can install and test applications. If you are used with the Android platform, you already know how to do that, but if this is your first time... follow the next instructions.

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Android 1.1

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Android 1.5

Click the Browser icon, wait for the browser to load and click Menu -> Go to URL. Enter the address from where you can download an Android application with the apk extension. For example, we've easily installed Android's Fortune from Launchpad...

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...all you have to do is follow the on-screen instructions!

Have fun, and do not hesitate to comment if you want to know more about Android, or if you're stuck somewhere in the tutorial.


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